As cooperativas de café do Brasil afirmaram em uma incomum carta conjunta divulgada nesta segunda-feira que as condições climáticas foram negativas aos cafezais nos últimos meses e levarão a uma safra menor do que se esperava no ano que vem. No comunicado, assinado por 19 organizações do setor, como Cooxupé e Minasul, as cooperativas disseram que as expectativas de agentes do mercado para uma safra recorde em 2020, quando o Brasil retorna a um ano de alta em seu ciclo bienal de produção, não são sustentadas pelas condições vistas nos cafezais.
“O veranico de janeiro e a exposição da planta a longos períodos de amplitude térmica provocaram uma desfolha acentuada nas lavouras, e as geadas em diferentes áreas produtoras comprometeram o potencial produtivo”, apontou a carta.
Comentários de organizações que representam cafeicultores são geralmente recebidos com ceticismo pelos participantes do mercado. Os produtores de café passam por um período difícil, com preços próximos a seus menores níveis em uma década.
Na carta, as cooperativas afirmaram que as condições climáticas levarão a uma produção menor que o recorde registrado em 2018, de cerca de 62 milhões de sacas de 60 kg.
A maioria dos operadores esperava um novo recorde em 2020, afirmando que as áreas que foram plantadas recentemente com novos pés de café no Brasil vão iniciar produção no ano que vem, potencialmente levando a safra a um nível acima do volume recorde de 2018.
As cooperativas disseram no comunicado que os pés de café arábica serão particularmente comprometidos, de acordo com as avaliações realizadas por agrônomos.
Fonte: Reuters (Reportagem de Marcelo Teixeira, com reportagem adicional de Ayenat Mersie em Nova York)